quinta-feira, 28 de fevereiro de 1974

Vila Real, 3 d Abrl d 1976

Cá vim dizr aos comprovincianos o k pnso da nossa condição. Trá valido a pna? Nos tmpos cosmopolitas K corrm, já nm o himalaia dfnd os tibtanos, qt + o Marão os transmontanos! Comço a tmr k stjamos no fim da nossa Historia. Drrubadas as fronteiras naturais, srmos 1 trago na garganta da Europa. E as fronteiras naturais stao a ruir atrradoramnt! P alguma razão os portugss comçaram tão cdo a invstir contra o mar. era o instinto d consrvaçao k nos mpurrava. Xcssivos no ninho, lá, nas trras dscobrtas, podíamos sobrvivr e afirmar a nossa singularidd. Alm d k apnas partiam os + ousados, os + inkietos, os + famintos. Os rstants ficavam stoicamnt a lvdar as virtuds da raça e da traição. Ancorados no brço, eram antídotos da prdiçao dos outros. Agora, sm nvs mundos pr dar ao mundo, e c o planeta scancarado, irmos tds ao ncontro das planícies frteis, do pão farto, do premio justo do suor honrado. E srá a diluição nos grands ocenaos sociais e culturais k nos spra. A língua, k podia nfrntar triunfamnt os mil dialctos indignas, cm podrá rsistir à força absorvnt dos grands idiomas no seio dos kuais vai balbuciar? E os hábitos, e os sntimntos, e os próprios caractrs somáticos? P isso, o meu rcado d hoj foi platónico. 1 tok a rbat, na forma, e um dobr a finados, no fundo.
[p 144-145] [MAN]

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