terça-feira, 19 de março de 1974

Albufeira, 18 d Agosto d 1975

obsrvo sta fauna drogada, hirsuta e piolhosa, k é hoj o pão nosso obrigat´rio em tds os meios cosmopolitas. Rapazs e raparigas, deitados à ntrada do túnel k dá acsso à praia, ali stã d 1 lado e do outro, aos magots, a fazr e a vndr bigigangas, a ensaiar a veia numa flauta, a coçar a guedlha e a pdir smola. A arrmdar os xinses das gravatas e os cgos das romarias.
Stranha juvntud, k comça por impugnar a noção da singularidd individual – tds c as msm barbas, as msm cableiras, as msm gangas e os msm blusões, n s dstinguem 1s dos otros -, e acaba por stnder a mão contstatária à caridd burgesa. Infinitamnt + capaz d s entndr entr si do k a do meu tmp – no dscampado dos valors é fácil a unanimidd -, fliz na sua prguiça e no seu dsregramnto, solar, d tropismos, sm dramas d nnhuma naturza, sntimntal e sxualmnt librta, apnas motivada plas + stritas ncssidds, long d mim o propósito d a julgar.
Ms inkieta-m pnsar k o seu modo d vida, rpartido entr a indifrença e o prazr, possa sr a prfiguração tosca d uma futura sociedd, crtamnt + higiénica, embora igualmnt abúlica e hdonista. Uma siciedd já n abandonada a si ppr, cm ests bandos d marginais, ms confiada à tutela providncial d 1 stado oligárkico e sclarcido. É k os admiráveis mundos novos d amanhã, + do k na prvrsão dos poders, vão-s prparando na dmissão das conscincias.

[p 128-129] [MAR]

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